Novidades
Campanha estimula o cadastro de doadores de medula óssea em Uberlândia.
Uma campanha para estimular o cadastro de doadores de medula óssea é realizada em Uberlândia. Intitulada “Doe Medula e Salve Vidas”, a ação foi organizada pelo Hospital do Câncer de Uberlândia em parceria com o Grupo Luta Pela Vida, e as Origanizações Não Governamentais (ONGs) “5ml de Esperança” e “Salve +1”.
Campanha
Hospital do Câncer de Uberlândia — Foto: TV Integração/Reprodução
Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), atualmente há 850 pessoas no Brasil cadastradas na procura de uma medula compatível para doação. Enquanto isso, o número de possíveis doadores cadastrados no Redome é de quase 5,5 milhões. Este número representa cerca de 15% do número de doadores necessários para que todos conseguissem uma medula compatível.
Por isso o Hospital do Câncer de Uberlândia se juntou com o Grupo Luta Pela Vida e com as ONGs 5ml de Esperança e Salve +1 para fazer uma campanha de conscientização. O objetivo é mostrar à população a importância da doação de medula e incentivá-la a fazer o cadastro e, caso seja compatível com alguém necessitado, doar. A campanha é composta por diversos vídeos que podem ser acessados nas plataformas digitais e no site do Hospital e no Portal Doe Medula.
“A realização de um simples cadastro e a disposição em realizar o procedimento de doação de medula óssea podem salvar uma vida em qualquer lugar do mundo e quem precisa de um transplante não pode esperar. Esperamos que através da informação, conhecendo melhor sobre o procedimento de doação, mais pessoas estejam dispostas a oferecer esperança a pacientes que aguardam o transplante”, comentou um integrante do Grupo Luta Pela Vida.
Como doar
Segundo Redome, para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde. O procedimento não pode ser feito caso o doador tenha uma doença infecciosa ou incapacitante, câncer, doenças de sangue ou do sistema imunológico. Além disso, outras complicações de saúde podem ser impeditivas para a doação e devem ser analisadas caso a caso.
Para se cadastrar é preciso procurar o hemocentro mais próximo. É necessário agendar uma consulta de esclarecimento, assinar um termo de consentimento e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador.
O sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA) para identificar as características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade. Os dados pessoais e o tipo de HLA, então, serão incluídos no Redome.
Quando houver um paciente com possível compatibilidade, a pessoa cadastrada será consultada para decidir quanto à doação. Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde. Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.
Além da campanha “Doe Medula e Salve Vidas”, mais informações também podem ser acessadas no site do Redome.
Relato
O fundador da Salve +1, Gabriel Massote, foi receptor de uma doação de medula óssea e comentou sobre a experiência. “A mágica de se tornar doador é que, como na loteria, alguém poderá ser premiado e no caso é premiado com a vida salva. Isso me fez ter novas percepções sobre a necessidade de termos um olhar mais atento às outras pessoas”, contou ele.
Gabriel Massote posa ao lado papel que mostra a cura da leucemia — Foto: Gabriel Massote/Arquivo Pessoal
Gabriel já foi tema de várias reportagens do G1. Ele foi diagnosticado com leucemia em 2011, com 26 anos, e só conseguiu uma doadora de medula compatível em 2013. Enquanto aguardava pelo transplante, ele chegou a se casar dentro do hospital. Após cerca de um mês o procedimento começou a ter resultados e em 2015 ele foi considerado curado.
Confira a história de Gabriel:
- História de uberlandense vai para a internet e doadora de medula aparece
- Depois de encontrar doadora, jovem de MG sofre com plano de saúde
- Mineiro ‘casa’ em hospital enquanto aguarda transplante de medula
- Após três anos de espera, mineiro passa por transplante de medula
- Após transplante, medula ‘não pega’, mas mineiro crê na vitória
- ‘Vou provar a Deus que mereço essa chance’, diz mineiro após transplante
- Mineiro vence câncer e cria com amigos rede social ‘Salve Mais Um’
- Gabriel Massote supera leucemia e se junta a amigos para criar rede social para doadores de sangue
Doação de medula
De acordo com o Hospital do Câncer, a medula óssea é um tecido presente no interior de vários ossos do corpo humano e tem como função principal produzir as células sanguíneas e do sistema imunológico, como as hemácias, leucócitos e linfócitos. No entanto, algumas doenças como a leucemias, impedem que o tecido realize este trabalho importantíssimo para o funcionamento do corpo.
A doação de medula é essencial para pacientes de doenças deste tipo, já que pode substituir diversos tratamentos e, até mesmo, curar a pessoa. No entanto, assim como na doação de sangue, para que o processo seja realizado com sucesso é preciso que haja compatibilidade entre a medula do doador e do receptor.
O problema é que, estatisticamente, é mais fácil ganhar na Loteria Federal do que encontrar alguém com 100% de compatibilidade. A chance de encontrar uma pessoa que a compatibilidade seja de 100% é de uma em cada 100 mil. E, com o restrito número de pessoas cadastradas para doação de medula, este número se torna ainda mais preocupante.