♪ ANÁLISE – Com a expansão do YouTube e de outras plataformas audiovisuais, a MTV deixou de dar as cartas no jogo fonográfico como fazia na década de 1990. Ainda assim, a vitória de Anitta no VMA 2022 é significativa.
Na noite de ontem, 28 de agosto, a artista carioca saiu do Prudential Center, em Nova Jersey (EUA), com a estatueta de melhor clipe de música latina pelo vídeo do reggaeton Envolver (Anitta, Julio M Gonzales Tavarez, Freddy Montalvoe e José Carlos Cruz, 2021).
É a primeira vez que um artista do Brasil ganha um Video Music Awards nos Estados Unidos. Essa vitória ratifica que a Girl from Rio já tem um nome forte, e indestrutível, no mercado de música latina de língua hispânica e que soube subir cada degrau em escalada internacional iniciada em 2016 através de colaborações com os astros colombianos J. Balvin e Maluma.
Em outras palavras, Anitta fez história mais uma vez ao ganhar um VMA. E o VMA 2022 mostrou que a cantora e compositora já está na história, e isso é mais importante do que o prêmio em si.
Nascida em Honório Gurgel, bairro situado subúrbio da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Anitta entrou em cena há somente dez anos, através da internet. Surgiu no universo do funk, gênero musical ainda marginalizado no Brasil, em que pese a crescente visibilidade mundial do batidão, como a própria Anitta ressaltou ao agradecer o prêmio.
O troféu de Anitta no VMA coroa e sublinha o triunfo dessa trajetória improvável, sobretudo quando se sabe que o mundo da música ainda é um império masculino controlado por homens que tiveram que se render ao exército pesado de Anitta.
Lutando para ter voz cada vez mais ativa, a poderosa tem dado um baile na indústria da música.