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Zé Felipe: como filho de Leonardo caiu na bregadeira e emplacou hit com ajuda da noiva Virgínia
Zé Felipe, um sertanejo de voz e de sangue, apareceu diferente no topo das paradas do Brasil. Desde o fim de outubro, o filho de Leonardo é número 1 no YouTube com versos românticos em ritmo de bregadeira baiana, no hit “Só tem eu”.
O G1 Ouviu, podcast de música do G1, conta como Zé Felipe infiltrou o amor sertanejo nos paredões de som e nas dancinhas de influenciadores, em especial de sua noiva Virgínia Fonseca. .
Zé Felipe e Virgínia no clipe de ‘Só tem eu’ — Foto: Divulgação
“Só tem eu” desrespeita várias regras sertanejo tradicional. Além do ritmo, a maior “heresia” é o vocal com Auto-Tune, programa criado para corrigir erros na voz, mas que virou ferramenta para criar um efeito robótico, em especial no rap.
Não se esperava essa ousadia de Zé Felipe, o quinto dos seis filhos do Leonardo. Ele aprendeu a tocar violão ainda criança com o pai e em 2014, aos 16 anos, já tinha contrato com a Sony Music.
Zé fazia sertanejo pop adolescente, bem convencional, com canções que podiam ser do repertório do pai. Ele até se aventurou em misturas como o “funknejo”, mas nunca longe das fórmulas do mercado.
Leonardo e Zé Felipe — Foto: Reprodução/Instagram
Em 2016, por exemplo, lançou uma parceria com Ludmilla, “Não me toca”. É uma das músicas mais comportadas da carreira da cantora carioca.
Até antes do fenômeno “Não me toca”, que caminha para ser seu maior hit, a música mais ouvida de Zé Felipe no YouTube era “Tijolinho por tijolinho”. É uma modinha sertaneja em dueto com Enzo Rabelo, filho do Bruno, parceiro de Marrone.
Zé Felipe na fase teen-nejo — Foto: Divulgação
Mas em “Só tem eu”, tudo está diferente. No clipe todo cor-de-rosa (inclusive o cabelo do cantor), Zé aparece dançando com Virgínia (13 milhões de seguidores no Instagram, mais que o noivo). O vídeo tem basicamente os dois dançando, namorando e mexendo no celular.
A melodia até combina com sertanejo, mas a levada é de bregadeira, um brega mais dançante, com batida eletrônica, com baixo e guitarra de pagodão baiano.
Zé Felipe diz que, depois de viajar muito pelo Brasil em turnês, não quer ficar preso só ao sertanejo.
“Onde a gente vai, conhece música nova, cultura nova. O negócio é pegar o melhor de cada lugar e juntar na sua verdade. Sou cantor sertanejo”, ele afirma. “Mas não é por minha essência ser sertaneja que tenho que gravar só moda de viola”, completa.
Zé Felipe anima 26 mil pessoas durante festa de aniversário de Montes Claros (MG) em 2017 — Foto: Alexandre Nobre/InterTv
“Quero poder agradar quem curte outros gêneros também. Quero levar minha música não só para o público sertanejo, mas para o máximo possível de pessoas”, diz o filho de Leonardo.
Essa ideia de “pegar o melhor de cada lugar” já tinha aparecido em “My baby”, lançada no final de 2018 por Zé Felipe, Naiara Azevedo e a banda Furacão Love, do Rio Grande do Norte.
“Foi uma música que começou a tocar o Zé Felipe em lugares em que não tocavam antes”, ele diz na terceira pessoa. O maior território conquistado foi o de festas de rua com caixas potentes, geralmente de som automotivo, os chamados “paredões”.
“Tocava muito em porta mala de carro, muito em paredão, começou a tocar em balada, então me levou para outro público”, ele lembra.
A expansão comercial também passa pelo gosto e pelas referências artísticas de Zé Felipe. “Só tem eu” tem versos declamados com influência de Bonde do Maluco, grupo de arrocha da Bahia que estourou em 2007 com “Não Vale Mais Chorar Por Ele”, versão de “Don’t matter”, de Akon.
Sobre o Auto-Tune, ele diz ouvir essa a robótica em músicas internacionais, mas a referência é brasileira. “Escuto do forró ao reggaeton. E o forró tem muito isso. Uma banda que eu escuto é o Forró Boys, de Brasília. Tem muito Melodyne [efeito semelhante ao Auto-Tune] na voz”, ele explica.